sábado, 16 de janeiro de 2010

A sô dona Clara e a crise dos pastéis de nata

Eu gosto bastante do meu país.

Quem me conhece sabe disso e visto que não estou no meu país, este meu prazer de gostar do meu país aumenta.

Mas lá por gostar do meu país, não quer dizer que tenha de aceitar e gostar de tudo que venha de lá.

O país dos auto proclamados "tugas" (um nome pindérico que nos chamamos a nós mesmos) não é dos melhores e quando olhamos para ele de uma perspectiva exterior, o que vemos não é bonito. Os inglezinhos têm esta imagem que Portugal é um país solarengo, pachorrento onde o peixe é bom e as praias são quentinhas (mas nunca tão boas como as espanholas).

A imagem que tenho do meu país de momento é de tristeza. Sinto que o país ainda não começou a subir a escada da civilização que tem de subir. Até mesmo o país vizinho já começou a subir essa escada há menos de 20 anos atrás e nós, tacanhos, pequenos e quiçá um pouco gananciosos, arrebanhamos o tostão debaixo do colchão em vez de tentarmos puxar, todos juntos, o país para a frente.

Até mesmo Lisboa! A 'grande' capítal presa em modorra e numa pachorrice que me inquieta.

Acho que já conseguir mostrar que apesar de gostar muito do meu país, há coisas que têm de mudar se queremos chegar aos pés dos grandes Europeus e asiáticos (os Estados Unidos já é água que correu moinho. Irei deixar este tópico para futuras dissertações).




Ora, recentemente tenho estado a ler as entradas do 'blog' no Expresso da senhora Clara Ferreira Alves. Esta senhora tem um estilo muito próprio de escrita que me agrada bastante. A sua capacidade mordaz de inconformismo é, possivelmente, o que todos nós deveríamos seguir. Ora...quanto mais leio da senhora, mais deprimido fico com a situação do tal país que tanto gosto.

É deste tipo de gente, como a sô dona Clara que me toca no nervo Lusitano. Claro...é preciso gente que aponte para os podres e pontos negros na sociedade portuguesa, mas caramba! Já chega de tanta cantiga de escárnio e mal dizer! A melhor solução é acordarmos todos desta cantilena do meu triste fado e pôr as mãos na massa e começar a reconstruir o nosso país!

Temos de começar a falar mais alto que os senhores sentados nas bancadas do Parlamento que só lá estão por que são primos da tia da empregada de limpeza do ministro. Temos de parar de lhes dar tanto poder. O poder está na força privada e popular e não governamental. A história já deu muitas provas do que um país movido a governo faz.

Toca a acordar pessoal! O relógio já tocou há muito!